segunda-feira, 17 de maio de 2010

Qual vai ser seu legado?



“E andou Enoque com Deus; e já não era, porquanto Deus o tomou para si” (Genesis 5:24c)

Um dos personagens bíblicos do Antigo Testamento que mais me chama a atenção, é justamente um sobre o qual a Bíblia escreve pouquíssimo. Enoque, um patriarca bíblico de tempos bem anteriores a Noé (isso seria mais ou menos o período da pré-história), apesar de ser um dos personagens mais longevos de toda a vida, com trezentos e sessenta e cinco anos, possui uma das biografias mais curtas do mundo. Uma linha apenas bastou para resumir tudo o que precisamos saber sobre ele: “andou trezentos anos com Deus e já nao mais existia, porque Deus o tomou para si”. Judeus e cristãos costumam entender, a partir desta passagem, que Enoque não sofreu a morte física, e que foi elevado aos céus sem passar pela experiência da morte. O que nos impressiona, no entanto, é que as realizações de trezentos anos de vida foram resumidas em uma só frase: “andou com Deus”. Outros seres humanos, que viveram bem menos, enchem páginas e páginas de livros e biografias com suas realizações, porque a maior preocupação do ser humano, sem dúvida, é o seu legado.
A maior parte de nós convive com a dura realidade de que a maioria de nossos esforços não vai durar. Empresários dedicam suas vidas a consolidar uma empresa, que perece assim que passa aos herdeiros. Políticos se esforçam para ressaltar suas idéias, e quando morrem são esquecidos. Mesmo no ambiente religioso, alguns líderes esgotam todos os recursos de promoção pessoal disponíveis, e quando são transferidos, não deixam saudades.
Se queremos de fato construir um legado pelo qual possamos ser lembrados, o melhor investimento que podemos fazer não consiste em obras físicas ou ações meritórias, mas sim nas pessoas. As amizades que construímos, as pessoas que são de fato importantes para nós, estas sim que determinam de que forma seremos lembrados quando deixarmos este mundo. É isto que determina se construiremos nossa ‘casa’ sobre a areia ou sobre a rocha.
A forma como tratamos as pessoas é que demonstra de fato nossas prioridades na vida, e no final das contas, é tudo o que fica. Jesus foi mestre em lidar com as pessoas, e mesmo as que tinham valores diferentes dos dele tiveram espaço no seu convívio, como Judas Iscariotes.
Encerro esta reflexao com duas perguntas que li, num artigo brilhante de Elisete Malafaia: Como você gostaria de ser lembrado quando partir? E o que você está fazendo neste momento para atingir este objetivo?

Deus te abençoe abundantemente.

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