quinta-feira, 29 de abril de 2010

Falando um pouco de gratidão...



Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. (Salmo 103: 1-2)

Apenas recentemente a Psicologia tem se voltado para o estudo de emoções positivas, como a gratidão. Um movimento chamado Psicologia Positiva, iniciado mundialmente em 1998 por Martin Seligman, constatou que a psicanálise sabia muito sobre depressão, narcisismo, egolatria e outras patologias, mas quase nada sobre os bons aspectos da mente humana, aqueles que, de fato, são responsáveis pelo desenvolvimento da pessoa. Estudos bastante recentes apontam a Gratidão como um elemento indispensável para o equilíbrio da mente humana, para a construção da personalidade e do caráter. A capacidade de responder positivamente ao afeto ou ao gesto benevolente de outra pessoa é fundamental para uma vida emocionalmente sadia.
A própria Psicologia reconhece seu atraso nesse assunto. Em relação à Bíblia, o atraso é de mais de quatro mil anos, se levarmos em conta o tempo em que surgiram os cinco primeiros livros da Bíblia, chamados pela tradição cristã de Pentateuco e pelos judeus de Torah Sagrada. É nestes livros que encontramos histórias que simbolizam os aspectos negativos da ausência de gratidão na vida espiritual. No capítulo 11 do livro de Números, encontramos relatos de como o povo hebreu queixava-se, no deserto, por causa das dificuldades que passavam. Queixavam-se do maná que era fornecido diariamente por Deus, e chegavam a dizer que tinham saudades dos melões e dos manjares do Egito. Quase ninguém era capaz de agradecer pelo fato de Deus os ter tirado da escravidão, de um contexto de permanente tortura e sofrimento.
A falta de gratidão, mais do que um simples desequilíbrio ideológico (como hoje reconhece a Psicologia), é um desvio espiritual, responsável por retardar muitos dos projetos pessoais do ser humano. Muitas pessoas se perguntam por que seus sonhos não se realizam, porque suas aspirações não acontecem, porque Deus não lhes concede o que desejam. E são incapazes de reparar naquilo que já receberam, ás vezes em circunstâncias difíceis.
Pessoas que reclamam quando o bife vem mal passado, incapazes de lembrar da época em que passavam fome.
Pessoas que reclamam do salário que ganham ou do chefe que tem, incapazes de lembrar de quando procuravam emprego.
Filhos que reclamam da mãe por não lhe dar um novo tênis de marca, enquanto ela veste chinelo de dedo.
Pessoas que reclamam da igreja onde estão e dos irmãos de fé, incapazes de lembrar de quando chegaram ali enfermos, fracos, e receberam o carinho e a oração de muitos.
A ausência de gratidão é companheira da insegurança. Muitas pessoas tem até medo de aceitar favores, por não suportarem a idéia de se ver moralmente presas a outros. Aqueles que, no entanto, conhecem o poder da gratidão, sabem que ela jamais escraviza. Ao contrário, nos liberta de amarras que impedem nosso crescimento psicológico e espiritual.
Você viveu mais este dia? Agradeça a Deus, que lhe permitiu esta vitória.
Deus te abençoe abundantemente.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Cuidado com os bajuladores...



“Este povo me honra com seus lábios, mas o seu coração está longe de mim (Mateus, 15:8)”.

O versículo bíblico que motiva a presente reflexão é um dos mais contundentes de toda a Bíblia. Na ocasião narrada pelo evangelista Mateus, Jesus estava ensinando a Palavra de Deus a seus discípulos quando foi abordado por homens, previamente instruídos pelos fariseus, que faziam forte oposição a Cristo. Aqueles homens tinham a missão de fazer uma pergunta a Jesus, cuja resposta lhe colocasse em uma situação difícil. É interessante observar que tais personagens se aproximam de Jesus com palavras elogiosas, antes de fazerem a tal perguntinha difícil. O versículo 21 diz textualmente que eles falaram: “Mestre, nós sabemos que falas e ensinas bem e retamente, e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas com verdade o caminho de Deus. É-nos lícito pagar tributo a César ou não?”.
Mal sabiam eles que Jesus não era suscetível à vaidade, como os fariseus inseguros que aqueles escribas estavam acostumados a manipular. Muitas pessoas, no jogo do poder, tornam-se vulneráveis à ação deletéria dos bajuladores, mas Jesus os desmascarou com esta expressão que vai direto ao ponto, sem rodeios: ““Este povo me honra com seus lábios, mas o seu coração está longe de mim”.
Jesus, ao citar estas palavras, estava confirmando as palavras de Isaías 29:31, quase textualmente. Trata-se, sem dúvida, de uma frase emblemática, de impacto evidente, e se houvesse Twitter na época, essa frase de Jesus seria comentada por semanas. Felizmente, mesmo sem esta tecnologia, atravessa os séculos. E isto porque Jesus, de forma incisiva, faz uma distinção entre a Honra e a Lisonja.
A verdadeira honra é uma postura que agrada a Deus, e procede do coração. Já a lisonja é um fingimento, é uma postura falsa, que procura imitar a honra, mas tem outras intenções. Muita gente, na política, no mundo dos negócios e até dentro das igrejas, usa as lisonjas e bajulações como estratégia de sobrevivência. No entanto, Jesus deixa claro que a verdadeira honra procede do coração, e que se ele não estiver envolvido nas palavras, por mais elogiosas que chegam, estamos diante de uma mentira. Não se engane: são as atitudes, e não as belas palavras de alguém, que mostram quais são suas verdadeiras prioridades na vida.
Ao nos afirmar que a verdadeira honra procede do coração, Jesus rejeita as palavras doces que alguém possa lhe dirigir se não o amar efetivamente. Esta mensagem de Jesus revela um ardente desejo pela coerência, que só pode ser praticada por quem diz o que faz, e faz o que diz.
O fingimento é uma espécie de mentira não-verbal, uma mentira que depende mais de gestos do que de palavras. Alguém pode fingir muito bem que é bom amigo e que é religioso, mas seu coração pode esconder interesses mesquinhos. Quem, todavia, pauta sua vida pela integridade, sabe reconhecer de longe esses embusteiros, que não prosperam por muito tempo.
A melhor estratégia de sobrevivência continua sendo a verdade. Honrar a Deus, à família, aos amigos, aos colegas, será sempre melhor do que somente bajulá-los. A bajulação é sempre uma mentira. A honra, esta sim, é verdadeira. Pratique-a, e você a receberá em dobro.
Deus te abençoe abundantemente.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Relacionamento entre Irmãos...



...e na angústia nasce o irmão” (Provérbios 17:17b).

O primeiro crime da história da humanidade, segundo nos informa a Bíblia, foi um assassinato. Mais do que um assassinato, foi um fratricídio. Conforme nos relata o livro do Gênesis, Caim matou Abel por ciúmes, em virtude de seu sacrifício ter sido aceito por Deus, enquanto o dele foi rejeitado. Esta narrativa não deixa de ter seu lado paradoxal, se observarmos a forma como Jesus, ao longo dos quatro Evangelhos, insiste que o relacionamento entre cristãos deve ser pautado pelo amor que existe entre irmãos. Por que Jesus faz esta analogia, se ele próprio, nas leituras que certamente fez da Torah, conhecia muito bem a história de Abel e Caim?
O relacionamento com os irmãos de sangue é vital para a compreensão da saúde emocional do ser humano, dizem os estudos mais recentes da psicanálise. Para a criança, o irmão normalmente é o primeiro amigo, o primeiro rival, o primeiro competidor. E as competições iniciam, invariavelmente, pela atenção dos pais. A Bíblia está cheia de exemplos de homens e mulheres notáveis que, como pais, não conseguiram administrar o convívio entre seus filhos, e ás vezes atrapalhavam tudo, manifestando claramente a preferência por um ou outro. Abraão amou seu filho Isaque, pai do povo judeu, mas expulsou para o deserto seu filho Ismael, pai do povo árabe (As conseqüências são conhecidas até hoje). Isaque amava mais ao filho mais velho Esaú do que a Jacó, mas graças à intervenção da mãe, foi o filho mais novo que recebeu a bênção de herdeiro. Jacó, por sua vez, amava mais ao filho José que aos seus outros dez filhos, o que rendeu ao filho favorito uma emboscada que lhe custou anos de sofrimento no Egito.
Muitas famílias são marcadas por conflitos de irmãos que não se falam. Ou porque um deles se sentia preterido pelos pais, ou até por razões de herança, reforçando um modelo de competição que gera famílias doentias. O modelo de Jesus, entretanto, passa longe disso. Certa feita, quando Jesus pregava, um sujeito interrompeu sua fala para pedir: “Mestre, diga a meu irmão que reparta comigo sua herança”, ao que Jesus respondeu: “Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?” (Lucas 12:14). Jesus simplesmente se recusa a arbitrar uma briga gerada por mesquinhez e ganância. O modelo familiar de Jesus é o da cooperação, não a competição. É por isso que o Novo Testamento adverte: Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está em trevas. Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo (1ª João 2:9-10).
O Senhor Jesus, sendo Filho de Deus, ao fazer conosco uma aliança espiritual de sangue, torna-nos filhos espirituais de Deus, fazendo-nos irmãos d’Ele. Ou seja, aquele que nos concedeu o maior presente jamais visto, a Salvação Eterna, o fez por amor fraternal.
Éramos quatro irmãos em casa, fora um que faleceu antes de eu nascer. Brigas e diferenças de opiniões, sempre tivemos, e acho que sempre teremos. Mas lembro com carinho das vezes em que meu irmão mais velho me defendia de apanhar na escola, e olha que pra fazer isso ele saía da escola onde ele estudava praticamente correndo. Os outros irmãos mais novos, com seu jeito espontâneo e alegre, me ensinaram a ser mais humano e compreensivo. E mais otimista, também.
Acho que família é isto. E é isto que Deus requer de nós...que nos amemos como irmãos, que embora ás vezes possam até discutir, continuem ligados sempre um ao outro.
Deus te abençoe abundantemente.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Ele te vê!



“E viu Deus os filhos de Israel, e atentou Deus para a sua condição (Êxodo 2:25)”

Cerca de 180 versículos da Bíblia nos informam que Deus viu, em algum momento da história, a aflição de seu povo. Um número considerável de referências, e que nos aponta para um dos atributos absolutos de Deus: a Onividência. O Deus da Bíblia é um Deus que tudo vê.
Os poderosos deste mundo sempre desejaram assumir o atributo da Onividência. E nunca como nos dias modernos este sonho totalitário foi tão possível. Sob a cândida e inocente justificativa de nos proteger, os governos vão aos poucos avançando na limitação da privacidade e liberdade dos cidadãos, com câmeras de segurança por toda a parte. Os muito ricos, em alguns países, já chegaram ao ponto de tolerar câmeras na sua própria casa, vigiadas permanentemente pela polícia. É a concretização do sonho louco do escritor George Orwell no livro “O Grande Irmão” (The Big Brother), que imagina um futuro onde um Governo Único controla a sociedade e vigia permanentemente os cidadãos, ‘vaporizando’ os que cometiam crime de pensamento (no caso, pensar diferente de quem detém o poder). Não por acaso, este livro empresta seu nome a um conhecido programa de TV, onde todos nós vamos aos poucos nos acostumando à idéia de ser constantemente vigiados.
A Bíblia claramente fala de um tempo futuro onde um governo corrupto e universal pretenderá tomar o controle absoluto da sociedade, buscando substituir até mesmo lugar de Deus em nossas vidas. Entretanto, sabemos que, quando um governo humano quer controlar cada passo dos cidadãos, o seu real objetivo é exercer o poder pelo medo. Muito diferente do Poder do Deus que tudo vê, e que pode nos auxiliar em cada passo de nossas vidas.
Se a Bíblia nos garante que Deus tudo vê, esteja certo que Ele tem visto tua aflição, teus medos, teu desespero. Talvez você ás vezes se sinta ignorado, desprezado, um ‘joão-ninguém’. Saiba, no entanto, que Deus te vê. E te valoriza a tal ponto de ter entregue seu próprio Filho na Cruz do Calvário para morrer por você. Nesta semana de Páscoa, celebramos o fato de que Ele permanece vivo para te auxiliar e te sustentar.
Confie no Deus que tudo vê!
O Senhor Jesus te abençoe abundantemente.