sexta-feira, 21 de maio de 2010

Princípios de Autoridade



Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua voz na praça. Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade, promulgará o seu direito. (Isaías 42:3).

Mais ou menos por volta do ano 1998, quando corria solta a febre da “Auto-Ajuda” e do “Pensamento Motivacional”, um estudo curioso foi publicado na Scientific Magazine, e falava sobre o poder da raiva. Lembro de ter lido pequenas partes da versão do estudo em português, que consegui com alguma dificuldade (estávamos na pré-história da Internet, e coisas como Google e Youtube ainda eram sonhos de filmes de ficção científica). De memória, lembro que o estudo dizia que as pessoas costumam associar violência e raiva à competência, e que aqueles que são mais agressivos tem reputação de ser mais enérgicos, mais ousados, e portanto, mais aptos para cargos de liderança. Alguém que, pelo contrário, for civilizado e brando no trato com as pessoas, pode até ir bastante longe na carreira, mas em alguns casos, tenderá a ser visto como inadequado, sem ‘pulso firme’ para uma atribuição de chefia.
Este padrão, sem dúvida alguma, cristalizou-se nos últimos anos. Salvo raras exceções, que confirmam a regra, os livros voltados para o aprendizado de liderança no mundo corporativo e empresarial ensinam que a violência, bem dosada, é uma ferramenta poderosa para garantir a ascensão profissional. Mesmo no universo da fé cristã isso tem se tornado comum. Pastores comprometidos com as visões da assim chamada ‘Teologia da Prosperidade’ ensinam que o cristão precisa ser agressivo, violento mesmo, se quiser conquistar sua benção. Em nome de seu objetivo, lhe seria permitido até encostar Deus na parede, com palavras do tipo ‘eu não aceito’, ‘a Bíblia diz tal coisa então eu tenho direito’. E de preferência gritando, porque o berro é um sinal de autoridade. O mais triste é perceber o quanto alguns destes líderes acreditam mesmo nisso. Basta ver a forma como tratam seus assessores mais diretos, quando o povo não está olhando.
Será que este era o padrão de autoridade seguido por Jesus? O profeta Isaías, 700 anos antes de Cristo nascer, nos fala como seriam as atitudes do Messias em relação a este particular: Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua voz na praça. Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade, promulgará o seu direito. (Isaías 42:3).
Somente alguém com um perfil de liderança sereno como o de Jesus podia ser seguro o suficiente para, num gesto de despedida, lavar os pés dos discípulos. É bom lembrar que a prática de lavar os pés de uma pessoa, hábito comum quando alguém ia visitar um amigo em casa, era feito por um escravo. Jesus não fez isso porque tivesse baixa auto-estima.
Jesus não é visto em nenhuma passagem das Escrituras gritando com pessoa alguma, a nao ser com a tempestade e os demônios. A verdadeira autoridade não é exercida no berro. Siga o modelo de Jesus, e sua forma de viver será sempre mais eficaz.
Deus te abençoe abundantemente.

Um comentário:

  1. Olá Pr. Claudio,

    Parabéns pelo belo trabalho apresentado aqui em seu blog. Sou um dos editores do Genizah, e gostaria de convidá-lo a conhecer também o meu blog pessoal, e se desejar também segui-lo, será uma honra. Já estou seguindo o seu a partir de agora. Seus comentários também serão sempre bem-vindos.

    www.hermesfernandes.blogspot.com

    Te espero lá.

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