sexta-feira, 16 de julho de 2010

Não fique só!



“E disse-lhes Jesus: a minha alma está profundamente triste, até a morte. Ficai aqui e vigiai comigo” (Marcos 14:34).

Uma reportagem publicada pela revista Veja no já longínquo ano de 2001 falava a respeito dos singles, multidões de jovens que, por opção ou falta de sorte, vivem sós. Falava-se de um novo ‘mercado’ que vem sendo rapidamente assimilado pelo marketing, que esboçou produtos para solteiros, como refeições em porções menores, por exemplo. Naquela época, dizia-se que 9% dos lares já eram compostos por pessoas que moram sozinhas – 20 milhões de brasileiros. Hoje, nove anos depois, não faço nem idéia, mas com certeza temos um número bem maior. A maioria dos chamados singles diz que é feliz vivendo desta forma, mas até mesmo eles não gostam de se imaginar solitários para sempre.
A solidão é um fenômeno social que só tem crescido nos tempos modernos. O Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda define solidão simplesmente como “o estado do que se encontra ou vive só”. Apesar de correta, esta definição, embora correta, é insuficiente para compreender um estado psicológico e espiritual tão complexo, que envolve tantas outras facetas: falta de objetivo e significado de vida, desajustes familiares, sentimento de isolamento e separação, e até mesmo um certo Unattachment, expressão inglesa usada para definir a dificuldade que muitos seres humanos tem na relação interpessoal. A tradução mais aproximada desse conceito seria ‘inadequação’.
Estar só não é a única forma de as pessoas sentirem solidão. Psicólogos de renome como Kruger escreveram sobre o ‘isolamento social’, o sentimento de angústia que perpassa pessoas que, mesmo rodeadas de gente à sua volta, continuam sentindo-se solitárias. Isso costuma acontecer a pessoas dadas a extremismos psicológicos: os que têm baixa auto-estima se sentem desprezados por todos à sua volta, e os narcisistas não consideram ninguém dignos de sua companhia, preferindo caminhar sozinhos. É o tipo de solidão que ronda as pessoas que tem intimidade apenas com o dinheiro ou o Poder. Não por acaso, Freud e outros depois dele associaram o isolamento social às patologias mentais.
O homem é um ser social, já dizia Sócrates. Bem antes dele, o texto bíblico de Provérbios, escrito pelo Rei Salomão, já proclamava: “Aquele que vive isolado busca o seu próprio desejo, e insurge-se contra a verdadeira sabedoria” (Provérbios 18;1). Jesus experimentou, no Jardim do Getsêmani, o sentimento de maior angústia de sua vida terrena, por saber que horas depois sofreria os horrores da Cruz. Mas nesta hora de extrema tristeza, ao invés de se enfiar em um quarto escuro e chorar sozinho, Jesus rompeu o isolamento emocional e buscou a companhia de seus amigos, pedindo que ficassem junto dele. Mais que isso, ele buscou a Deus na oração. Muitos, por não lançarem mão deste recurso, acabam sucumbindo à depressão, à auto-piedade e, nos casos mais graves, ao suicídio.
A obra do Espírito Santo em nossas vidas é quem restaura nossa capacidade relacional com Deus e conosco mesmos. Quando dizemos que Jesus está conosco mesmo quando estamos sós, isso não é mera figura de linguagem. A presença consoladora de Cristo está de fato em nós quando declaramos nossa Fé, e é através d’Ele que podemos encontrar forças para romper o isolamento. É isto que a Bíblia quer nos dizer quando afirma que “Deus faz que o solitário habite em família (Salmo 68:6)”.
Não fique só! Convide Jesus para ser seu amigo hoje mesmo!
Deus te abençoe abundantemente.

Um comentário:

  1. A solidão, mesmo que seja por opção, é triste. Doenças psicológicas levam pessoas a ficarem sozinhas, e a solidão pode provocá-las, como um circulo vicioso.
    Com Jesus, com certeza isso acaba. Não há companhia melhor que Deus!!!!

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