domingo, 9 de janeiro de 2011

Uma Nova Perspectiva: um Passeio pelo Templo de Ezequiel



No ano vinte e cinco do nosso cativeiro, no princípio do ano, no décimo dia do mês, no ano catorze depois que a cidade foi conquistada, naquele mesmo dia veio sobre mim a mão do Senhor, e em visões de Deus me levou à terra de Israel, e me pôs sobre um monte muito alto, sobre o qual havia como que um edifício de cidade para a banda do sul. (Ezequiel 40:1-2, Almeida Atualizada)

O livro do profeta Ezequiel é uma coleção de visões proféticas que foram concedidas pelo Espírito Santo ao longo de 25 anos de ministério profético. Certamente muitos crentes já ouviram pregações a respeito de visões como a dos “quatro seres viventes” ou do vale de ossos secos. Mas a mais detalhada das visões deste livro se estende por nove capítulos, do 40 ao 48, e nos fala de uma revelação especial sobre o Templo do Senhor, que foi dada ao profeta no décimo dia do primeiro mês do ano.
É bom ressaltar que no tempo destas profecias, Ezequiel se achava exilado em Tel-Abib, a beira do Rio Quebar, na Babilônia, juntamente com outros judeus que se tornaram cativos após a conquista de Jerusalém por Nabucodonosor. Portanto, o templo, centro sagrado da adoração judaica, estava destruído. Como se lê no capítulo 40 do livro, Deus escolhe o primeiro mês do 25º ano do exílio para mostrar ao profeta um novo templo. A visão é bastante detalhada, e mostra até mesmo as medidas de cada compartimento deste novo templo.
O Templo visto pelo profeta Ezequiel não era baseado no templo do passado, e nem tampouco é semelhante ao templo que foi construído mais tarde. Assim, compreendemos que o horizonte do profeta não estava situado no tempo, mas na eternidade. Podemos traduzir isso para nosso cotidiano, significando que Deus não quer que você esteja preso ao passado ou a um futuro que nunca chega. Deus tem para você uma nova perspectiva.
Não se estava falando, portanto, de um Templo feito por mãos humanas, mas de toda uma nova forma de adorar ao Senhor. Muitos anos mais tarde, quando uma samaritana perguntou a Jesus se Deus devia ser adorado em Jerusalém ou no Monte Gerizim, Jesus traz um novo enfoque na sua resposta. “Deus busca adoradores que o adorem em Espírito e em Verdade”, uma forma de adoração que não dependeria mais de um lócus físico, cultural ou humano. Cristo é o “Verbo”, a palavra Eterna, que deve ser adorada para além de qualquer tradição ou ambiência cultural.
A visao nos fala ainda de um rio de águas vivas que corre do limiar do Templo, e que formava uma correnteza caudalosa. O Apocalipse de João nos fala de um rio que desce diretamente do Trono de Deus na Nova Jerusalém. Na Nova Aliança, o Templo do Espírito Santo é a sua própria vida, e por isso Deus quer que do seu interior flua um rio de águas vivas, que não é apenas uma experiência sobrenatural, mas um caráter justo e transformado por Deus, cumprindo o desejo do profeta Amós: Assim corra a vossa justiça como um rio que não seca. O Rio das Águas Vivas não verterá de um coração carregado de rancores, mágoa, corrupção e revoltas.
Neste décimo dia do primeiro mês do ano, meu desejo é que Deus transporte você a lugares altos, e lhe faça mergulhar num relacionamento profundo com Ele. Que seu coração seja um Templo para habitação da Glória de Deus, e a exemplo de Ezequiel você possa proclamar: “Jeová-Shamah” (O Senhor está Presente).
Deus te abençoe abundantemente.

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